domingo, 27 de março de 2011

Surto Reflexivo Autofelicitativo


Existem as redes sociais pra lembrar que você existe pelo menos dentro das redes sociais. Num ano desses troquei as datas, larguei de Peixes, virei Leão. Não faltaram as mesmas repetidas mensagens e toda aquela congratulação. 
Vou ali versar, cortar embróglios em fatias. Dessa vez a tia meu deu bolo, não fez o bolo porque trabalha à beça. Eu só queria abraços, menos abalos... Mas vieram à distância, a distância ao superlativo, como um completo supletivo por correspondência, conveniência. Como as lojas de posto, rapidinho, aposto!
Em vez do primeiro pedaço, celebrei o primeiro petardo, torpedo. Escute as palavras faladas-lidas, falidas, pouco válidas. Lida com as exclamações em negrito, tá tudo lá escrito, escrachado, como um mecânico recall, em forma de recado. Fez-se um mural pra dar moral, pra se curtir, pra se encurtar a relação testimonial.  
Eu refuto, reluto e relato a inércia, o silêncio, o estranhamento, o estrangeirismo, uma ilha e eu e a inquietação, inadaptação. Quanto mais sufixo, mais sufoco a ação. Sem festas ou manifestações, alardes e alaridos, preciso e preso apenas pela presença dos meus amigos. Aqueles de mais afeto e menos cliques, que não se carece dar nome, subir o tom... Eles sabem e são alguns poucos e bons. Quero opiniões, bifurcações e não o trivial. Quero sinônimos e os binômios do Melamed, o 'não se mede' universal.

Desejar o desejo: sopra a vela só pra vê-la. Faça um PERDIDO!  Cante para bens ou para maus. Pressinta o presente: a caixa dentro da caixa dentro da caixa e dentro dela, no fundo dela algum teor do fundo do coração do amor. Pragmatismo e mistério!
Seja leve e sexy! Olhar-avassalar o vosso lar. Invasão sem despir e dispor o disparar. O mirar fulmina. Full! Tudo! Mina! Boom! Feliz doçura e força! Meu docinho de coco tá me deixando forte! Sugar, oh heavy heavy!  Maria-Mole dura!
Agradecimentos! Não há grades nem cimento, mas castelos, ratinbuns de fantasia. Binômios, triênios: dois a mais pra cabeça, dois a menos pro corpo, contra a maré, feito a carpa. "Todo mundo quer cafuné, todo mundo quer querer, todo mundo tudo! Bom humor e inteligência pra você!"

Pra ler ouvindo: "El Desdichado II" de Lobão, do álbum Acústico MTV.