quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

SÃO SEBASTIÃO DO RIO DEGENERA

















Rio, 40 grãos de sementes inférteis. Rio de transportes inúteis, Rio de chefias inertes. Rio... Gargalho amarelo no sufoco da chibata. Eis o carioca em figura caricata: desacatado nas agruras da sucata.
Age, Agetransp! Regula os metrôs retrôs das antigas, dos tempos idos dos trajes de gala, que hoje a gola sua no calor que me estrangula.
Age-Transp na Supervia inviolável, na viagem inviável das surras, da sarradinha na saradinha, malan-dramaticamente, malan-drasticamente carioca.  
Age-Transp naqueles que abarcam os abusos, os aumentos aos montes, os sessenta por cento. Ah, nem Mem de Sá poderia imaginar, nem Estácio se aqui estivesse: Barcas S.A, Barcas S.O.S.
Age-Transp nos terminais marginais, nos dormitórios de mendigos, nos mictórios rodoviários que povoam Pavunas neles... Nas Centrais batizadas de mijo, não teria nojo Seu Américo Fontenelle?
















Hoje a Santa Tereza de São Sebastião se esconde. Foi ferida, coitada, naquela queda do bonde, naquele muro, naquele poste, naquela fratura exposta. Depois daqueles arcos não são índios que nos flecham. 
E a sujeira, passageiro? Cabe a nós avaliar. Cabe a nós evoluir. Cabe carnavalizar. 
Pondera, bate o pandeiro, faz barulho! Muralha de vozes à procura de uma melhora. Deixe no surdo a batida do palpite, sem recuo, ao reger do apito, a missão. A intromissão de quem pena, mas opina, intervem e vence e vem!
E venha! Venha aos blocos, sem abaixar as placas, venham "monos" ou "bangalas", donos de suas falas, pra mais um Fevereiro fervoroso em pleno primeiro de Março!
São Sebastião do Rio degenera: braços abertos sobre a nojeira. A Guanabara que acabara olímpica aniversaria opaca. 

Um comentário:

Carol disse...

Ler oque você escreve sempre me causa um rebuliço de pensamentos, acho que esse é o peixe que você quer pescar, o questionamento, o movimento...
Sempre vale a pena beliscar a sua isca e ainda mais ser fisgada pelo seu anzol...