quinta-feira, 15 de março de 2012

NÃO SE SILENCIA À VIOLÊNCIA

Não se silencia à violência. Não se apanha pois há Penha. Não há mais a penhora de si, senhora, por vergonha. Exponha e vete, ou a conivência será canivete. 
O mês do 'dia internacional de a cada 24 segundos uma mulher espancada' e a Estatística espantada, enumera quem considera isso maneiro, corriqueiro. Nós, no ócio parcimonioso de um ser tímido que não move um centímetro diante do recato, da pudícia em vez da denúncia. 
O que se pode colher quando, em briga de marido e mulher, enfia-se o talher pela goela? Garfos desacatam a força tridente. Estridentes, alicates ali catam dores banguelas. Os percalços do estresse não justificam a justa faca no pescoço. Põe-se as armas no almoço do calvário.
Julgar agora é com caco na jugular: o caco da perda do foco, o caco da quebra do copo, a porca bebida pro corpo, que não pode ser percebida como normal. Fator catalisador não atenua desatino comportamental. A potência de sua patente que faz ostentar o arrocho, o hematoma, o olho roxo, ainda que qualquer puxão venha a ser confundido com paixão. Amor em excesso ou obsessão?
E quando ainda o filho, coagido, judiado, crescido mediante a ofensas e ameaças. A infância diante da infâmia, a calúnia que fere a coluna, os maus exemplos e experiências correndo na espinha dorsal.
Depois do achincalhe, agora, colhe-se os frutos: podres. Fraturas! Escolhe-se a escória, escurece a escoriação. A caça, de coragem escassa, esquece de si. 
Tropas de força contra os trapos do estupro. Luz de vela semi-cadavérica é como a velha luz no fim do túnel. O primeiro passo pra tirar o peso, pra manter o fogo da vida aceso, os candelabros em equilíbrio. 
Dê parte! Ou então, a violência baterá a sua porta, bem ao lado da sua casa. A violência Bruno, violência 'Maca', Guilherme de Pádua. A violência que você conhece dos jornais.  A violência 'Pimenta Neves' que não se esvai. Violência hoje se assina 'Lucena', pseudônimo 'Malakhay'. 



Denuncie: Rio de Janeiro
Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher 
Endereço: Av. Visconde do Rio Branco, 12- Centro
Tel.: 2332-9994/2334-9859/2332-9996/2224-6643

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

SÃO SEBASTIÃO DO RIO DEGENERA

















Rio, 40 grãos de sementes inférteis. Rio de transportes inúteis, Rio de chefias inertes. Rio... Gargalho amarelo no sufoco da chibata. Eis o carioca em figura caricata: desacatado nas agruras da sucata.
Age, Agetransp! Regula os metrôs retrôs das antigas, dos tempos idos dos trajes de gala, que hoje a gola sua no calor que me estrangula.
Age-Transp na Supervia inviolável, na viagem inviável das surras, da sarradinha na saradinha, malan-dramaticamente, malan-drasticamente carioca.  
Age-Transp naqueles que abarcam os abusos, os aumentos aos montes, os sessenta por cento. Ah, nem Mem de Sá poderia imaginar, nem Estácio se aqui estivesse: Barcas S.A, Barcas S.O.S.
Age-Transp nos terminais marginais, nos dormitórios de mendigos, nos mictórios rodoviários que povoam Pavunas neles... Nas Centrais batizadas de mijo, não teria nojo Seu Américo Fontenelle?
















Hoje a Santa Tereza de São Sebastião se esconde. Foi ferida, coitada, naquela queda do bonde, naquele muro, naquele poste, naquela fratura exposta. Depois daqueles arcos não são índios que nos flecham. 
E a sujeira, passageiro? Cabe a nós avaliar. Cabe a nós evoluir. Cabe carnavalizar. 
Pondera, bate o pandeiro, faz barulho! Muralha de vozes à procura de uma melhora. Deixe no surdo a batida do palpite, sem recuo, ao reger do apito, a missão. A intromissão de quem pena, mas opina, intervem e vence e vem!
E venha! Venha aos blocos, sem abaixar as placas, venham "monos" ou "bangalas", donos de suas falas, pra mais um Fevereiro fervoroso em pleno primeiro de Março!
São Sebastião do Rio degenera: braços abertos sobre a nojeira. A Guanabara que acabara olímpica aniversaria opaca.