terça-feira, 18 de agosto de 2009

(Des)Construção



Ah, se mudança fosse apenas uma questão de desmonte: um jogo de peças, não um jogo de posse... Desarmo armários, aleijo azulejos, tiro os lustres da ilustração, anulo janelas, e já nelas, me deparo com paredes em apuros. Destrato o teto para que os tijolos se desalojem ou talho um telhado de retalhos.
Não sei se todos esses caibros e cimento cabem no orçamento, se tenho no bolso para todo o embolso desse bálsamo, se posso fazer massa com doce, e com ela, sem derreter, o açúcar seque; e que daí surja, na raça, a duras penas, ao menos um terraço.


Ah, se tão fácil fosse como brincar de casinha, fugir do domínio do efeito dominó, do barulho da queda do castelo de baralho, pois em vez de casario, aqui se está numa casa-rio, onde o lago é quase a laje, em que se é quase uma fragata precisando de resgate, uma nau frágil sucumbindo ao naufrágio, em que se avistam meias soquete em meio à sucata.
Será que a solução é a dissolução? A implosão ploft, a nada soft nem sofisticada alçada do 'chão, pó poeira' ou qualquer outra manobra ou maneira, que é como obra que vem de sobras de trechos curtos em concordata.



Ah, Deus, financia a ânsia fina por um logradouro mais duradouro, como na tua manjedoura, para um cara duro - coração de ouro, tira todo o logro! Para que o mano não diga: - A casa caiu! E sim: - A casa saiu! Pois ainda haverá merenda na varanda, e a roupa que sangra será lavada em tanques de garra, ainda que no quinto dos quintais e que estes tais sejam parte do casebre pobre.
Virá a fé de ver Maria na casa de alvenaria, e com todo este esmero nascerá uma esmeralda, para que assim, todo barraco tenha o brilho do ouro do tempo Barroco.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Com sequência...



Eu nunca vi alguém da classe A morrer de hepatite B por falta de vitamina C que não fosse num dia D... Eu nunca soube o que Isto É!
Vi sim uma foda num Ford-F para que se atingisse o ponto G na hora H, com todos os cavalos de potência que nem todos os cavalos da independência deviam ter. Nem se D.Pedro I desse a todos os fins do nomes do filhos bastardos de escravas e putas do escambo, o 'Alcântra de Paula Gonzaga Bourbon e Bragança', a esperança de um JOTA erre, para que se consertasse o erro.
Me vi andando de lá pra cá, do Laika para o Ka, à la France com 'elle', encontrando MM's de N formas. Senti o sangue quente, tipo O, P da vida, na avenida Q, sem R$, ao derrapar sob uma curva em S. Era eu e apenas uma estampada T-shirt (For U) - pra você 'V' de Vingança que definitivamente: a W Brasil comanda o Arquivo X, a Geração Y e o Jay-Z.


Nunca vi pessoas de primeira linha assistindo a segundos tempos em países de terceiro mundo que não fossem em seus quartos. Mal sabia que o último dos moicanos vinha do quinto dos infernos. Nunca soube subir num pau-de-sebo nem assobiar (ou assoviar?) chupando cana.
É pique ou big no ratimbum do parabéns 'para' ou 'a' você? E as características vasculhadas da grafia dos asteriscos 'asterísticos' ou dos basculantes vasculhantes? Há pouco soube o que eram culhões... Eu pensava que só ladrão falava 'grana' e quem pusera a placa de 'não pise' já havia de ter pisado na grama.
Não casei nem comprei uma bicicleta, não me fiz de eclético nem eclesiástico. Não proferi a profecia por achar os 'eibicis' um tanto imbecis, como os degraus, as escadas e as escalas escalafobéticas. Eu sempre quis sentir sem que isso necessariamente fizesse sentido. E eu nunca pensei que chegaria ás quatro horas, cinco minutos e seis segundos do dia sete do oito de dois mil e nove.