Toda polícia é antes de tudo uma questão política, e esta que nos deforma nos vê quadrados como pães de fôrma. Mexe com a massa, com a promessa que um doce daria, como um sonho que não fosse de padaria. Mas vem em pane, trazendo pânico.
Pacificam ou panificam? São mais o front, o enfrentamento frenético, o confronto pelas áreas, o domínio espúrio, o ó, Banco Imobiliário e Tabuleiro de War. Prédios perto milionários aumentam seus valores em meio ás condições pseudo melhores. Se conquista terra, mas mantem-se a escória: expulsam os bandos mas não prendem armas, homens ou drogas. Fincam suas bandeiras, ficam suas fardas e o tráfico migra procurando vaga.
Na favela, desassistido, o pobre frágil como um dente de leite assiste ao deleite do governo reeleito pelas bases do seu carro-chefe e sossega o facho. É faxina ou fachada? A polícia sempre se fez presente com o braço que repreende, que oprime, que defunta: o 'presunto' e agora, vem vender cidadania? Erva Daninha dos 'beltrâmites' mequetrefes. E não é o seu carro, chefe, que tá lá queimando?
O Governo se pronuncia: "Não se faz omelete sem ovos", e admite, era esperada a resposta dos criminosos. Mas peca. Não se antecipa. Come mosca e o alvo chamusca e paga o preço pelos destroços. Farinhas do mesmo saco! Nós de saco cheio, enfurnados nessas ocas, alguns com cabeças ocas, feridos por mandiocas do descaso.
Conter o tráfico é um detalhe, mas não são heróis o Pepê, o Popeye nem o Papa se não houver a sopa do desenvolvimento como alimento. Que o governo não queira tê-los como clientela a emergir seus votos dando farelos, dando migalhas, pois haverá sempre uma agulha que lhes retalha.
Chama é fogo e necessidade. Clama! É um pedido de um fodido numa guerra servil, onde polícia e bandido estão de um mesmo lado. Guerra civil é o termo, mas incomoda os inimigos de terno, que falam da Copa, que antes aqui isso nunca se viu, que a medida é severa e o problema não mais se verá.
Contra as calúnias: linhas e colunas. Espinha dorsal é educação. Ou então, a batalha naval será batalha na vala. Mais vale um lápis que escreve "vida" e é mais barato que uma bala.
pra ler ouvindo: "NUMA CIDADE MUITO LONGE DAQUI (POLÍCIA E BANDIDO)" de autoria de (Arlindo Cruz / Franco / Acyr Marques) interpretado por Leandro Sapucahy e Marcelo D2.
créditos para as imagens: fotos 1 e 3: Flick do Jornal Extra; foto 2: designer gráfico Fábio Lopez.
30 comentários:
Nossa.... è Um desabafo profundo!
esse mundo está pirando.
foraça Rio .
Gostei demais da leitura que fizeste da guerra no ri!
Abraços...
A derrubada dos comandos do tráfico nos morros cariocas é necessária e será sangrenta inevitavelmente, é fato. Mas o mercado tem uma lógica cruel, os morros pacificados terão seu metro quadrado valorizado e num futuro é capaz que não exista mais favela e sim empreendimentos imobiliários, quem não gostaria de morar no rj com aquela vista maravilhosa? Um dia o "morro" estará na periferia, com a mesma pobreza, com o mesmo tráfego. Restará saber se haverá disposição\interesse de pacificar o lar dos pobres que não estarão na vista do mundo, escondidos atrás dos outdoors da copa.
Diante desse espetáculo dantesco que se desenvolve diante de nossos olhos, no Rio, é mais do que previsível e aceitável que cada um tenha a sua própria interpretação - e que haja muitas divergências de opinião.
Sem entrar no mérito, vc conseguiu produzir um ótimo texto a respeito.
Como morador do Rio de Janeiro e fã da Segurança Pública do Estado, apoio totalmente o projeto, tendo é claro, que ser ainda melhorado, mas sem dúvida é um ótimo início.
Se puder, visite o blog, falo bastante sobre esse assunto.
http://sem--hipocrisia.blogspot.com/
É, companheiro, isso tudo me faz lembrar daquela letra do D2 "Querem controlar, mas são todos descontrolados"...até onde vamos? Bjo grande. Obrigada pela gentileza de sempre comigo. Boa semana!
Meu caro, infelizmente o problema ;e bem maior, bem mais complicado. Antes da polícia há políticos corruptos que lavam dinheiro com o tráfico. Convenhamos: num país em que se mata e morre bestamente teria alguma lógica ter um Fernandinho Beira-Mar vivo? É necessário que ele esteja vivo para ser culpado. Não que ele não seja, mas antes dele tem o tal do colarinho branco!
Muito legal os trocadilhos. Você soube expressar de maneira poética um momento ímpar que o Rio está vivendo!
Parabéns!
é, rapaz...
é impressão minha ou não sou só eu que vê toda essa novelinha mexicana como um circo para a massa...com os "bolsa-seja-lá-o-que-for", eles já deram o pão, agora taí...pelos menos agora temos um palhaço genuíno no congresso...
A forma com que vc falou dos acontecimentos é fantástica. Embora concorde em grande parte com a profunda crítica que vc fez, devo dizer que apesar de questionar os métodos, acho que o que foi feito deveria e sempre deverá ser feito. Que tenham interesses políticos, ou quaisquer outros, não importa. Na contagem final dos mortos, acho que a contabilidade sempre será a mesma: com ou sem justificativa. Eu não gosto de falar desse assunto, porque minhas idéias sobre o tema são controversas e radicais. Sou da opinião que pra salvar o corpo, que corte uma perna, um braço, uma parte qualquer. Não há vitória sem perdas. Nada é perfeito. O pvo vai continuar sofrendo? Sim... Mas esse mesmo povo pelo menos poderá a começar a respirar sem ajuda de aparelhos... Aquela gente estava na CTI, com morte cerebral decretada, só faltando alguém desligar os aparelhos....
http://estacaoprimeiradosamba.blogspot.com/
Tenho fé que isso logo vai melhorar
Não acho que o caos no Rio será 100% solucionado, mas espero que essa ação da políica tenha sido um pontapé inicial para termos, vá lá, uma certa "paz".
Bom texto.Que tua reflexão ajude a construir uma sociedade melhor.
nossa isso foi um verdadeiro terror
Quero ver ano que vem quando o Exército deixar o morro do Alemão se os policiais vão dar conta.
Uma situação bem delicada...
O governo está tentando demonstrar que o Rj pode sediar uma Olimpíada
http://medicinepractises.blogspot.com/
Acho que não seríamos capazes de contrariar tamanho desabafo. Paz, só isso!
Ótimo texto pow
"chama é fogo e necessidade. Calma! é uma pedido de um fodido numa guerra servil..."
colocar versos que rimam
em um assunto cheio violência
querendo promover a paz
é ótimo mesmo
eu gosto disso
nooooooooooossa...
Nunk tinha lido um texto a respeito e me divertido tanto, caraaca.. Muito bem escrito, suas pegadiinhas de escrita...
Falou muita verdade voce!
Um abraço!
Muiitooo legal seu Blog, textos muito bons!!! ^^
Jah to te seguindo, e se puder espero que retribuía =D
To te esperando no meu Blog
________________Blog_______________
http://andrebritooficial.blogspot.com
Parabéns pelo blog.. entra no meu e se gostar pode seguir!!
ps.: estou te seguindo!
Gostei do texto e da reflexão!!
Abraço,
P.A.
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http://www.preguicaalheia.blogspot.com
pois é querido, na favela as manhãs não são puras, nem com ceus azuis, tudo é cinza, inclusive pra que sobrevive à guerra.
bjs
Oi Alan, estou te presenteando com um Selo. Dá um pulo lá no Só Palavras!
Abraços....
certa vez no ensino médio tive que dissertar sobre a frase "apenas se alcança a paz por meio da guerra".
naquela época lembro que eu tentei argumentar sobre as guerras mundiais, que de alguma forma serviram como uma conscientização, onde muitas pessoas a consideram um mal exemplo.
maas, com textos como o seu, confesso que vejo meus argumentos partidos, afinal, como vc disse, o que ocorre é uma migração de guerra e uma nova bandeira fincada em um território conquistado... a imagem do War diz bem: o objetivo do jogo não é apaziguar a africa ou o oriente médio, é guerrear para conquistá-lo, guerrear para defendê-lo, guerrear, guerrear......
Você disse a frase "chama é fogo e necessidade", e eu complemento com uma frase de uma banda chamada "Swan Lake", que traduzido diz assim: "Todo tipo de fogo precisam queimar uma vida para viver".
Acho que encaixa com a situação triste e com seu texto perfeito!
um forte abraço!!!
http://songsweetsong.blogspot.com/
E quando foi que violência, algum dia, trouxe paz? Faz sentido. Não é paz, é medo. É só um "trocar o problema de lugar". E as consequências mesmo acabam ficando para quem não tem nada a ver com isso.
Adorei seu post.
Abraços.
lembrei dos meus textos de comunicação...como a escola de Frankfurt e o uso da força e manipulação...
bem escrito como sempre....te espero lá no meu !
Engraçado como a música complementa o texto. Fodão, parabéns!
Foi e é cruel tudo que acontece lá no RJ, não gosto nada de ver o que acontece lá!
Muitos morreram... triste :(
Boa sorte com o blog!
Por que não fazem isso em todas as favelas,porque oder pra isso a policia ja mostrou q tem
http://cabelobeleza.com
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